EUA designam como terrorista extrema-esquerda Antifa na Alemanha, Itália e Grécia
O Departamento de Estado norte-americano designou hoje como organizações terroristas grupos de extrema-esquerda na Alemanha, Itália e Grécia, no âmbito da ofensiva do Presidente Donald Trump contra o chamado movimento `Antifa`.
O Presidente norte-americano assinou e setembro uma ordem executiva classificando oficialmente o movimento `Antifa` como "organização terrorista", um dia após uma cerimónia em memória de Charlie Kirk, influenciador conservador assassinado.
Segundo o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, a designação tem como alvo o `Antifa Ost`, da Alemanha, bem como outros três grupos em Itália e na Grécia, que serão considerados "organizações terroristas estrangeiras, a partir de 20 de novembro".
"O Antifa Ost realizou inúmeros ataques na Alemanha contra indivíduos percecionados como `fascistas` (...) entre 2018 e 2023 e é acusado de realizar ataques na Hungria em 2023", especifica o comunicado.
A Hungria designou em setembro o movimento `Antifa` como uma organização terrorista, seguindo o exemplo de Trump.
Em Itália e na Grécia, os grupos designados são a aliança anarquista italiana FAI/FRI e dois grupos anarquistas gregos.
A ordem presidencial de Trump descreve o movimento Antifa como uma organização "militarista e anarquista" que procura derrubar o governo, atacar as forças de segurança e o sistema jurídico do país, incluindo com violência e terrorismo.
A Antifa não é uma organização formal e estruturada, apesar de o governo a designar como tal, de acordo com organizações norte-americanas especializadas em discurso de ódio, como o Southern Poverty Law Center (SPLC).
Em 2020, o então diretor do FBI, Christopher Wray, chegou a afirmar que se trata de uma "ideologia" e não de um grupo organizado.
No mês passado, o diretor do FBI, Kash Patel, afirmou que a agência norte-americana de investigação criminal está a investigar o movimento Antifa como grupo terrorista, de forma igual à Al-Qaeda ou Estado Islâmico (EI).
O Departamento de Justiça apresentou entretanto as primeiras acusações de terrorismo ligadas ao movimento Antifa, visando dois indivíduos que alegadamente atacaram um centro de detenção de migrantes no Texas.
As acusações, apresentadas no Distrito Norte do Texas, têm como alvo Cameron Arnold e Zachary Evetts, ambos detidos logo após o ataque de julho ao Centro de Detenção de Praireland, nos arredores de Dallas, e acusados de "fornecimento de apoio material a terroristas", tentativa de homicídio de um agente do governo e disparo de arma de fogo durante um ato de violência.
Se forem condenados, os dois arguidos podem enfrentar um mínimo de 10 anos de prisão e um máximo de prisão perpétua.